"Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender." Pascal

17
Dez 10

...e porque é sempre bom ler a opinião de quem sabe.. e pensa!

 

Aqui ficam os artigos de Umberto Eco e Manuel Castells sobre a problemática Wikileaks.

 

Vale a pena gastar uns minutos a ler.. e sobretudo, vai ser bom voltar a eles daqui a uns tempos, para perceber até que ponto estamos ou não a ser enganados.

publicado por Ricardo Antunes às 16:18

26
Jun 10
Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma.

José Saramago, Revista Expresso, (entrevista), 11 de Outubro de 2008

 


imagem daqui

 

 

Trago-vos hoje um texto sobre uma temática muito interessante: o que faz, a escola, com o PENSAR?

 

Sou adepto de que a Escola deveria ter disciplinas específicas para ensinar a PENSAR, mesmo com o risco de elas se tornarem "académicas". Que seja pela Filosofia e pela Literatura! Mas o que a Escola nunca deveria permitir é a anulação dessa magna faculdade humana. Sem tal exercício, a pergunta básica tem de ser feita: para que serve a Escola?

 

Deixo-vos alguns excertos.

 

Saber pensar é uma potencialidade humana e possui relação com a capacidade de aprendizagem. “É a teoria mais prática que existe, ou a prática mais teórica que existe” (DEMO, 2004). Saber pensar é não ter pressa para enquadrar a realidade, memorizar a fórmula, construir a resenha ou o quadro conceitual. É um jogo ousado que exige deslocamento de quem pensa: ir ao encontro do outro e trazer o outro (pessoa, fenômeno…) para si. Jogo que pode ser percebido em sua dimensão de externar e ressignificar as angústias e outros sentimentos, como também pode ser percebido como o jogo por disputa de significados, opiniões e pontos de vistas diferentes.

 

 

A ampliação/modificação do espaço-atividade sala de aula, pode ser percebida de duas formas: uma metafórica, no sentido de uma mudança substancial das atividades que acontecem dentro dela; outra, no sentido espacial concreto. Se notarmos, existem escolas novas do ponto de vista arquitetônico, mas que já nascem velhas do ponto de vista pedagógico.

 

Rubem Alves, em uma crônica do seu livro “Um céu numa flor silvestre”, apresenta uma imagem que tomarei emprestada para iniciar a reflexão sobre o lugar predominante do pensamento criador no espaço-atividade sala de aula. Para ele, as idéias são como milhos, que sob o calor do fogo, se transformam em pipocas. Uma idéia seria como uma pipoca que estoura. Esta transformação é um potencial do milho, mas só acontece quando ele passa pelo poder do fogo. Existem, ainda segundo o autor, os milhos que, apesar de passar por processos semelhantes, não se transformam em pipocas e são conhecidos como piruás.

Transportando a crônica para o campo da nossa reflexão, podemos nos perguntar: por que alguns milhos não se transformam em pipocas? Sua posição na panela pode influenciar no resultado? E a quantidade de milhos e óleo dentro da panela? A intensidade do fogo?

 

O que os alunos e alunas fazem com a coleção de textos copiados depois das aulas? Quando voltam aos mesmos? O que pensam com eles? Pode-se reivindicar a possibilidade de pensar com os textos, antes e a partir deles.

“Eu digo que ler não é só caminhar sobre as palavras, e também não é voar sobre as palavras. Ler é reescrever o que estamos lendo. É descobrir a conexão entre o texto e o contexto do texto, e também como vincular o texto/contexto com o meu contexto, o contexto do leitor. (…) Portanto, sou favorável a que se exija seriedade intelectual para conhecer o texto e o contexto. Mas, para mim, o que é importante, o que indispensável, é ser crítico. A crítica cria a disciplina intelectual necessária fazendo perguntas ao que se lê, ao que está escrito, ao livro, ao texto. Não devemos nos submeter ao texto, ser submissos diante do texto. A questão é brigar com o texto, apesar de amá-lo, não é? Entrar em conflito com o texto. Em última análise, é uma operação que exige muito. Assim, a questão não é só impor aos alunos numerosos capítulos de livros, mas exigir que os alunos enfrentem o texto seriamente.” (FREIRE, SHOR. 1986: 22.)

 

O texto completo pode ser lido aqui.

publicado por Ricardo Antunes às 01:52
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03
Jun 10

Actualização:

 

Do Profblog:

Fui colega da ministra da educação num mestrado em educação. Passaram 25 anos. Tivemos os mesmos professores e lemos os mesmos livros e papers. Toda a literatura da época sobre as escolas eficazes apontava no mesmo sentido: defesa das escolas de pequena e média dimensão, com lideranças democráticas fortes, onde todos se conhecem, onde os directores tratam os professores pelos nomes e os professores chamam os alunos pelos nomes.

 

Será assim tão dificil de perceber?

________________________________________________

A senhora ministra falou.

Continua muita coisa por explicar.

Continuam generalizações sobre generalizações.

Continua a ver-se o país a partir de Lisboa.

E parece que continuamos a não ser capazes de pensar seriamente sobre o assunto...

 

Salvou-se a prestação do José Rodrigues dos Santos. Aqui ou ali um pouco exagerada, mas sempre clara e procurando arrancar algo concreto a um discurso propositadamente generalista, quase dogmático, estéril e vago.

 

Para ver, clique na imagem e avance no vídeo até ao minuto 2:21.

Como já fui afirmando antes, estou de acordo com a lógica de encerramento. Não consigo é perceber por que razão não estão todos os membros da comunidade escolar envolvidos num projecto tão profundo processo de reformulação. E não é só dos encerramentos que devíamos estar a falar.

 

Devíamos estar a falar dos novos Centros Escolares. O que são? Qual o modelo de escola que preconizam? Quem os desenha e com que orientações?

A senhora ministra diz que os novos Centros Escolares são excelentes. Mas eu vi, nas últimas semanas, Centros Escolares novinhos em folha, neste distrito de Viseu, em que ou todos os quadros foram substituídos por quadros interactivos, ou um ano depois da abertura, ainda não chegou a internet, ou com espaços interiores excelentes, mas praticamente sem espaços exteriores...

 

Era disto que eu gostava de ouvir a senhora ministra falar.

E já agora, se não fosse pedir muito, sobre o que será dos Programas de Formação Contínua...

publicado por Ricardo Antunes às 22:17

29
Mai 10

...é a pergunta que se impõe.

 

Pensar devia ser um Ofício obrigatório!

 

 

A propósito disto (intenções de encerramento de escolas com menos de 20 alunos), diz Paulo Prudêncio, no seu blog Correntes:

 

Não seria mais moderno, razoável e sensato que se conhecesse o local e se encontrasse a melhor solução? Estudar as alternativas, equacionar as distâncias que as crianças têm de percorrer diariamente até à nova escola, perspectivar o impacto que pode ter para a comunidade e por aí adiante. Em suma: não seria melhor pensar mesmo e depois decidir?

 

Os que me foram ouvindo nas últimas semanas sabem o que penso disto.

publicado por Ricardo Antunes às 14:10
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13
Mai 10

Porque pensar nunca é demais....

E porque temos a memória curta...

 

Aqui fica esta síntese.

 

Podemos não concordar com tudo. Podemos nao alinhar.

Não podemos é deixar de pensar!

 

imagem daqui

 

publicado por Ricardo Antunes às 16:26
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