Já sabem que sou fã do texto do Agostinho da Silva, que citei aqui, a propósito do que deve ser um professor.
Mas a grande questão, para mim, e não só, é saber como se cria um mestre. Mais do que um burocrata professor, ou professor burocrata, aquilo que precisamos nas escolas é de gente que se envolva no processo de ensino de forma apaixonada.
A esse propósito, leiamos estas reflexões de Fernando José de Almeida (filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-presidente da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta):
Muitos são os fatores responsáveis pelo surgimento de um verdadeiro mestre, mas um é o mais importante: o aluno. Antes do contato com ele, podemos ser estudantes, intelectuais, conhecedores de conteúdos, pesquisadores etc., mas ainda não somos professores. É ele que desperta em nós o desejo de ensinar - e não apenas nossos sonhos, títulos, concursos ou projetos.
Eu sempre percebo - e cada um de vocês certamente também - que os estudantes nos fazem melhores quando saímos de uma sala com a sensação de que construímos uma boa aula juntos. Algumas vezes, deixamos uma classe com a certeza de que tudo correu bem e em outra temos a impressão de que nada funcionou, mesmo tendo dado - praticamente - a mesma aula. Por quê? Porque é a turma que está ali na nossa frente que nos constrói. O aluno nos desloca e provoca ao colocar desafios que nenhum professor nos trouxe na faculdade nem na pós-graduação. Depois do contato com jovens questionadores, sentimos que somos melhores do que após enfrentar grupos sonolentos, indiferentes ou cínicos em relação ao nosso trabalho.
O resto, a ler aqui. Meditemos!