Trabalho, como alguns sabem, na área da Educação. Em especial, e nos últimos anos, tenho procurado dar o meu contributo numa área tão importante quanto desprezada: a Formação de Professores.
É por isso que vos trago, hoje, este excerto. Inconformismo é a palavra de ordem!
Passamos anos trabalhando com escolas, entidades, governo e associações que incentivavam talentos especiais, e até superdotados. Tivemos casos bonitos, mas, no frigir dos ovos, fracassamos. Procurávamos crianças que se destacavam pela inteligência, o que, com frequência, é ruim para elas próprias. Afinal, uma criança que tem a mente especialmente direccionada à matemática morre de tédio nas aulinhas bobas, e se desliga - muitas vezes evadindo-se, ou nem sequer passando nos exames.Talento, vem, portanto, em todos os formatos. Para ser recepcionista ou vigia, atendente ou triangulista profissional (sou fissurado em triangulista, o músico que mais me intriga - espera, espera, e bate naquele instrumento uma única vez!).
A Fundação procurou, e achou esses casos interessantes, mas percebeu que tarefa muito mais gratificante seria conceber um conceito de escola que não expelisse ninguém, dos mais talentosos aos que menos demonstram vocação.Era preciso bolar uma nova arquitectura de aprendizado. Ficamos intrigados com isso, e saímos à cata de exemplos, para entender o estado da arte do ramo. Comecei a marcar almoços com ex-secretários e ministros da Educação, professores, filósofos. Conseguia reunir uma dezena deles para cada conversa, a questão era caliente. Aos poucos, fui percebendo que, assim como ocorria no mundo das empresas, havia um pensamento monolítico. Que não convencia, tinha defeitos gritantes, mas que as pessoas do ramo consideravam o possível.
Inconformado com a pobreza desse conformismo, comecei a ler as bíblias do ramo. Freinet, Vygotsky, Piaget, Engestrom, Montessori e Dewey habitavam a mesinha de cabeceira. Fui tentando formatar um conceito na minha cabeça. Estava claro que a magia do aprendizado que habitava a cabeça dos pensadores não encontrava reflexo na realidade das escolas.
O texto é um excerto do capítulo integral do livro “Você Está Louco!”, da autoria do empresário Ricardo Semler.
A boa notícia é que o texto não acaba aqui. E a Escola do Lumiar é uma realidade e um caso de sucesso!
O texto completo pode ser lido aqui.