"Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender." Pascal

28
Mar 10

Dizia o Pedro Aniceto, meu distinto primo e amigo, há dias, que se arrepia com algumas alterações do Acordo Ortográfico.

 

Eu arrepio-me cada vez que vejo isto:

 

 

É absolutamente fantástico, de tão cristalino!

Perguntem agora por que razão a descoberta da escrita não é sempre assim...

publicado por Ricardo Antunes às 12:50

Conhecem aquela sensação de encontrar um desconhecido e, minutos depois, se sentirem da família?
Com o Paulo Freire, foi assim!
Estes segundos são dos que mais aprecio.

publicado por Ricardo Antunes às 12:44

Trabalho, como alguns sabem, na área da Educação. Em especial, e nos últimos anos, tenho procurado dar o meu contributo numa área tão importante quanto desprezada: a Formação de Professores.

 

É por isso que vos trago, hoje, este excerto. Inconformismo é a palavra de ordem!

 

 

Passamos anos trabalhando com escolas, entidades, governo e associações que incentivavam talentos especiais, e até superdotados. Tivemos casos bonitos, mas, no frigir dos ovos, fracassamos. Procurávamos crianças que se destacavam pela inteligência, o que, com frequência, é ruim para elas próprias. Afinal, uma criança que tem a mente especialmente direccionada à matemática morre de tédio nas aulinhas bobas, e se desliga - muitas vezes evadindo-se, ou nem sequer passando nos exames.Talento, vem, portanto, em todos os formatos. Para ser recepcionista ou vigia, atendente ou triangulista profissional (sou fissurado em triangulista, o músico que mais me intriga - espera, espera, e bate naquele instrumento uma única vez!).

 

A Fundação procurou, e achou esses casos interessantes, mas percebeu que tarefa muito mais gratificante seria conceber um conceito de escola que não expelisse ninguém, dos mais talentosos aos que menos demonstram vocação.Era preciso bolar uma nova arquitectura de aprendizado. Ficamos intrigados com isso, e saímos à cata de exemplos, para entender o estado da arte do ramo. Comecei a marcar almoços com ex-secretários e ministros da Educação, professores, filósofos. Conseguia reunir uma dezena deles para cada conversa, a questão era caliente. Aos poucos, fui percebendo que, assim como ocorria no mundo das empresas, havia um pensamento monolítico. Que não convencia, tinha defeitos gritantes, mas que as pessoas do ramo consideravam o possível.

 

Inconformado com a pobreza desse conformismo, comecei a ler as bíblias do ramo. Freinet, Vygotsky, Piaget, Engestrom, Montessori e Dewey habitavam a mesinha de cabeceira. Fui tentando formatar um conceito na minha cabeça. Estava claro que a magia do aprendizado que habitava a cabeça dos pensadores não encontrava reflexo na realidade das escolas.

 

O texto é um excerto do capítulo integral do livro “Você Está Louco!”, da autoria do empresário Ricardo Semler.

A boa notícia é que o texto não acaba aqui. E a Escola do Lumiar é uma realidade e um caso de sucesso!

O texto completo pode ser lido aqui.

publicado por Ricardo Antunes às 12:42

27
Mar 10

Foi com este texto que Agostinho da Silva me cativou.

Desde então, sempre que preciso de (re)pensar a função que desempenho, volto cá. E saboreio cada palavra.

 

 

O Professor como Mestre

Não me basta o professor honesto e cumpridor dos seus deveres; a sua norma é burocrática e vejo-o como pouco mais fazendo do que exercer a sua profissão; estou pronto a conceder-lhe todas as qualidades, uma relativa inteligência e aquele saber que lhe assegura superioridade ante a classe; acho-o digno dos louvores oficiais e das atenções das pessoas mais sérias; creio mesmo que tal distinção foi expressamente criada para ele e seus pares. De resto, é sempre possível a comparação com tipos inferiores de humanidade; e ante eles o professor exemplar aparece cheio de mérito. Simplesmente, notaremos que o ser mestre não é de modo algum um emprego e que a sua actividade se não pode aferir pelos métodos correntes; ganhar a vida é no professor um acréscimo e não o alvo; e o que importa, no seu juízo final, não é a ideia que fazem dele os homens do tempo; o que verdadeiramente há-de pesar na balança é a pedra que lançou para os alicerces do futuro. A sua contribuição terá sido mínima se o não moveu a tomar o caminho de mestre um imenso amor da humanidade e a clara inteligência dos destinos a que o espírito o chama; errou o que se fez professor e desconfia dos homens, se defende deles, evita ir ao seu encontro de coração aberto, paga falta com falta e se mantém na moral da luta; esse jamais tornará melhores os seus alunos; poderão ser excelentes as palavras que profere; mas o moço que o escuta vai rindo por dentro porque só o exemplo o abala. Outros há que fazem da marcha do homem sobre a Terra uma estranha concepção; vêem-no girando perpetuamente nos batidos caminhos; e, julgando o mundo por si, não descobrem em volta mais que uma eterna condenação à maldade, à cegueira e à miséria; bem no fundo da alma nenhuma luz que os alumie e solicite; porque não acreditam em progresso nenhuma vontade de melhorar; são os que troçam daquilo a que chamam «a pedagogia moderna»; são os que se riem de certos loucos que pensam o contrário.
Ora o mestre não se fez para rir; é de facto um mestre aquele de que os outros se riem, aquele de que troçam todos os prudentes e todos os bem estabelecidos; pertence-lhe ser extravagante, defender os ideais absurdos, acreditar num futuro de generosidade e de justiça, despojar-se ele próprio de comodidades e de bens, viver incerta vida, ser junto dos irmãos homens e da irmã Natureza inteligência e piedade; a ninguém terá rancor, saberá compreender todas as cóleras e todos os desprezos, pagará o mal com o bem, num esforço obstinado para que o ódio desapareça do mundo; não verá no aluno um inimigo natural, mas o mais belo dom que lhe poderiam conceder; perante ele e os outros nenhum desejo de domínio; o mestre é o homem que não manda; aconselha e canaliza, apazigua e abranda; não é a palavra que incendeia, é a palavra que faz renascer o canto alegre do pastor depois da tempestade; não o interessa vencer, nem ficar em boa posição; tornar alguém melhor — eis todo o seu programa; para si mesmo, a dádiva contínua, a humildade e o amor do próximo.

 

Agostinho da Silva

publicado por Ricardo Antunes às 15:58

23
Mar 10

Começa aqui uma aventura.

 

A última fronteira, que adiei por muito tempo.

 

A ver vamos no que dá!

publicado por Ricardo Antunes às 20:11

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